O leitor Marcus Perez pediu e nós atendemos. Com vocês, um pouco da história do Começo do Fim do Mundo, o festival que explodiu o movimento punk no país.
27 e 28 de novembro de 1982. No recém-inaugurado SESC Pompeia, em São Paulo, vinte grupos punk da capital paulista e do grande ABC se reuniam junto a mais de três mil pessoas. Era o Começo do Fim do Mundo – ou, como reconhecido ainda hoje, o ínicio do movimento punk no Brasil.
Organizado pelo escritor Antônio Bivar, que na data lançou o livro O Que É Punk?, o festival reuniu bandas como Cólera, Garotos Podres, Inocentes, Lixomania, Olho Seco e Ratos de Porão. Tudo foi registrado e virou LP, lançado no ano seguinte pela New Face Records.
Em plena ditadura militar, o Brasil mostrava – pela primeira vez – a força que tinha suas rodas-punk, fazendo jus ao movimento que havia inciado poucos anos antes bem ali, assim como nas ruas de Londres e Nova Iorque.
O punk nacional, como o conhecemos hoje, resultou do que foi musicado naquele palco, em que muito subiram para cantar, gritar, quebrar algumas regras e para – literalmente – se jogar de volta ao público.
Veja logo abaixo alguns momentos que marcaram o festival.
O evento pode acontecer pois o próprio SESC Pompéia financiou os custos de produção, aparelhagem e local, enquanto as bandas tocaram de graça.
O Começo do Fim do Mundo terminou com a invasão da PM, o que resultou em diversos feridos e vinte e cinco pessoas presas. Quem esteve lá afirma: não teve confusão que motivasse tal ato. Era puro preconceito dos vizinhos. O Brasil ainda não estava pronto (será que já está?).
Em abril desse ano, o lendário festival comemorou suas três décadas com uma nova edição, revivendo alguns dos shows memoráveis, reunindo novas e antigas gerações de punks e mostrando que ainda há muito a ser dito através da música.
Agente esteve por lá, lembra? Cola aqui no dia 1, dia 2 e dia 3. Relembre as três décadas de punk tupiniquim.
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